Vendo CD

Vou fingir que minha última postagem foi ontem e escrever como se nenhuma pausa tivesse ocorrido pra poupar vocês das desculpas de sempre (tempo, inspiração, instiga, paciência, enfim).

Quando isso aqui funcionava bem direitinho, tínhamos o costume de falar bem ou mal de tuuudo, inclusive de música. Esse, por sinal um dos tópicos mais discutidos pelos colaboradores do Post Pira, me faz voltar aqui depois de um século offline.

Nesse dia dos namorados resolvi fazer algo de diferente. Resolvi que não ia ficar em casa curtindo momentos all by myself! Solução: tomar bons drinks em Olinda com as amigas. Isso é ta na melhooooooooooor! haha.

Pois bem, passamos o dia perdendo nossa credibilidade na cachaça. Por volta das 21h, ali pela Praça do Carmo – na pausa entre o vinho e a cerveja – um hippie chega junto pra vender algum bregueço. Estávamos no meio de uma discussão sobre o código florestal (mentira, era discutindo a relação das amigas mesmo, com direito a choro) e a luz era fraquíssima. O hippie, que não era hippie, tira da bolsa-carteiro CDs de sua autoria e explica que ta fazendo divulgação da sua música. Se eu tivesse sóbria, apenas diria que estava sem grana. Mas bêbada, tudo revolta.

“e aê, tem myspace?”

Responder negativamente foi o suficiente.

Não lembro muito bem qual foi a conversa, mas minha fala inflamada contra alguém que não está inserido na lógica do download deve ter sido pesada. Ganhei um CD e a autorização para divulgar.



Hoje, sóbria, poderia iniciar um belo discurso sobre a queda nas vendas de CDs, com ênfase para quem tá começando. Poderia iniciar uma discussão polêmica a respeito da vida do músico, como ele ganha dinheiro hoje – com a venda de CDs ou ingressos de shows. Mas vou deixar meu lado Gimenez de lado.

Se ele não tivesse lá com sua voz mansa vendendo o CD provavelmente nunca nos conheceríamos. Mas, se a única maneira das pessoas conhecerem seu trabalho for essa, a chance do nosso querido Lucas passar despercebido é grande.

Sou Maria Palheta de coração, adorei o repertório e achei a voz dele encantadora. Esses são motivos justos para criar um myspace? www.myspace.com/lucas_notaro

A arte do CD poderia sem melhor desenvolvida, mas isso é o de menos, ele é um gatinho! Hahahaha.

Facebook do boy: http://www.facebook.com/notaro.lucas

O Lucas agora corre o risco de ficar conhecido no mundo inteiro.

Vamos lá, escutem as músicas dele e curtam no face.

Por enquanto é o que temos para hoje. Espero que agora ele se instigue e faça videos, né?

Próxima etapa: canal no youtube.

Publicidade é tudo, minha gente. Já fiz todo um planejamento de sucesso pra esse rapaz.

Ps: Solução de Vez e Jornada são músicas dele!

 

Beatle-Xtravaganza! As melhores de John Lennon

John Winston Lennon, cantor, compositor, escritor, pintor e ativista e um dos maiores músicos de todos os tempos. Definitivamente no Top 2. E caso estivesse vivo, teria comemorado seus 70 anos pouco tempo atras. Com essa desculpa esfarrapada, irei escrever uma Beatle-xtravaganza! Começando agora! E com uma lista!!! Fora de ordem, por que nesse caso, é impossivel ter preferencia.

https://i0.wp.com/28.media.tumblr.com/tumblr_la0636Kig11qzmvqxo1_500.jpg

Ninguém foi tão importante para a música como os Beatles. E parte dessa revolução, talvez a mais significativa delas, passa pelo espírito incomodado e complexo de Lennon. Desde suas manifestações até sua invejável capacidade em oratórias e discussões, Lennon foi um artista completo. Não bastava emocionar as pessoas. Ele queria salvá-las.

Em 1970, após o fim dos Beatles, Lennon ficou três anos sem lançar nada. Voltou com o disco Mind Games, que marca o início de sua separação de Yoko Ono. Foi quando ele começou a namorar May Pang. Nessa época, Lennon ainda morava com Keith Moon (The Who).

A música que leva o nome do disco foi somente um dos vários hits do álbum.

Jealous Guy é provavelmente uma musica perfeita. Escrita em 1971 para o antológico álbum Imagine, a música é um atestado de ciúmes. Diz a lenda que ela havia sido escrita para o White Álbum em parceria com Paul Mccartney.

Uma curiosidade: a segunda voz na música é de George Harrison.

http://www.youtube.com/v/6lLs2dC9NaE

Eterno hino à mulher, Woman é a última música composta por Lennon. Durante uma entrevista para a revista Rolling Stones em 1980, ele disse que Woman era a versão grown-up de Girl, dos Beatles.

Em 2005, Ozzy Osbourne regravou a canção.

Working Class Hero foi a primeira música gravada por John Lennon após sua saída dos Beatles. É, depois de Imagine, umas das músicas mais regravadas de sua carreira. Músicos como David Bowie, Cyndi Lauper, Richie Havens, Roger Taylor e Marilyn Manson já a cantaram.

http://www.youtube.com/v/njG7p6CSbCU

Mais uma do álbum Double Fantasy. Beautiful Boy (Darling Boy) foi escrita para Sean Lennon, filho de John com Yoko. A letra é uma primorosa canção de ninar. O videoclipe editado somente com imagens da família, com Sean ainda pequeno, é um dos meus preferidos.

Foi regravada por Celine Dion e Ben Harper.

Música mais tocada durante cinco semanas nos Estados Unidos, (Just Like) Starting Over aparece – também – no Double Fantasy. Lennon teria escrito essa canção em Bermuda no ano de 1979. A inclusão de Just Like se deve ao fato de, na época, uma música country chamada Starting Over estar fazendo grande sucesso.

http://www.youtube.com/v/_IXX5gFBkfY&feature

Música absolutamente hipnotizante, Instant Karma! está no terceiro disco solo de John Lennon. É uma das três canções dele inclusas no Rock And Roll Hall of Fame. O arranjo original foi criado juntamente de George Harrison e Billy Preston. Só.

http://www.youtube.com/v/EqP3wT5lpa4

Sim, eu sei. Faltaram várias músicas, inclusive as acapachantes Imagine, Stand By Me, Give Peace a Chance, entre outras.

Mas, se tratando de John Lennon, qualquer lista de melhores será invariavelmente cruel.

Basta-nos discutir, ouvir e aprender.

Eu quero ver o seu pavão.

Com essa frase quase aparentemente sem sentido, a cantora norte-americana Katy Perry perpetua a tradição das brincadeirinhas de conteúdo sexual na música pop. “Peacock”, provável 3º single do seu novo álbum Teenage Dream, pode ser traduzido como Pavão. No entanto, uma olhada melhor nestes trechos da música já mostram que não é bem à ave que adora abrir e exibir o rabo que ela faz referência:

Are you brave enough to let me see your peacock?
What you waiting for, it’s time for you to show it off
Don’t be a shy kinda guy I’ll bet it’s beautiful
Come on, baby, let me see
What you hiding underneath

I wanna see your peacock, cock, cock
Your peacock, cock
Your peacock, cock, cock
Your peacock

O que vai ser melhor quando essa música bombar nas rádios pop do Brasil é que esta última parte parece mais ou menos isso:

I wanna see your pica, ca, ca, your pica, ca

Mais legal ainda vai ser ver a reação dos pais norte-americanos (se você acha que seus pais são conservadores, reze para não nascer numa família tradicional norte-americana na próxima encarnação) ao ver seus pimpolhos cantarolando felizes essa maravilha da indústria fonográfica (eu não estou sendo irônico, ok? Eu amo pop, amo a Katy Perry, essa música é muito boa e EU GOSTO MERMO É DA PUTARIA).

Aqui abaixo vocês podem ver a performance ao vivo de “Peacock”:

A última polêmica de que me lembro envolvendo letra de música pop veio de “If U Seek Amy”, da Britney, cujo título tem pronúncia igual a “F-U-C-K me”. A associação de pais (até isso existe?) norte-americanos quis proibir que a música fosse exibida nas rádios e emissoras de TV no horário entre as 6h e 22h. Não deu em nada, a música foi um sucesso e o clipe ainda satirizou o moralismo da instituição familiar ao mostrar uma Britney bitch (pleonasmo) que se “fantasia” de mãe de família educada e exemplar.

O clipe vocês podem mexer os palitinhos e procurar no YouTube, o que eu quero mesmo é que vocês vejam o vídeo do Chris Crocker a respeito da polêmica com If U Seek Amy:

É isso, meus amores, mostrem seus pavões e mostrem que moralismo de cu é peacock. POP IS ABOUT SEX.

FIG 2010 – Toca da Pira

Numa ladeirinha média, perto do salva-vidas Bonanza e posto da larica Ipiranga, aberto até as 4h da manhã, eis que havia uma casa de número 72. Nessa casa não havia quase nada, nem móveis ou talheres, sóbria em termos de tecnologia. Internet passou longe, de televisão ninguém queria mesmo saber. Mas ela foi organizada com muito esmero por alguns integrantes do postpira e cia. Quem foi, gostou. Quem não foi, é certo que se arrependeu.

Recebemos todo tipo de gente e tribos, sem preconceitos. Junkies, cafuçús, alternas, amantes de sal, putas, viados, saps, até caloteiros. Mas desses últimos aí, não gostamos muito e decidimos vetar na próxima qualquer coisa, hehe. A casa era enorme, tinha quatro quartos, mais um monte de salas e uma varanda gigante, que só ela conseguiu comportar umas 10 pessoas no segundo fim de semana.

A trilha sonora da casa foi diversa, mas Caetano, Gal e Otto merecem ser lembrados como os mais pedidos e “Crua”, como a música mais tocada.

Muitos reclamaram da programação do FIG. Fato que comparado a outros anos, a desse ano foi mais fraquinha, mas tinha muito o que se fazer por lá. E não tem nada melhor do que reunir os amigos e viajar.

A agenda do festival teve bastante variedade. Além das principais atrações na Guadalajara, houve também apresentações de música erudita, instrumental, forró, festival de cinema, apresentações cênicas e até música gospel para tirar o mau olhado, hehe. Tudo isso disperso em vários pólos, sendo os três palcos principais: Guadalajara, Parque Ruber Van der Linden e Euclides Dourado.

Shows mais apreciados pelos que passaram pela nossa Toca:

Gal Costa, com direito a choros e gritos para que ela cantasse “Mal Secreto”. É, ela não cantou… Pelo menos recitou o “Fruta Gogoia”, o qual eu ouvi do banheiro químico (enquanto me equilibrava para fazer xixi sem sair 100% infectada de lá).

Reginaldo Rossi foi, com certeza, o show mais hilário de todos, com participação especial de uma fã descontrolada, Jana, ou como o rei do brega preferia insistir em chamar “Xana”, uma mulher completamente sem noção da humilhação pública que passava, mas que conseguiu arrancar altas gaitadas de quem assistia.

Academia da Berlinda, essa aí realmente foi surpresa. Nós que estávamos seguindo a programação viabilizada no site, não sabíamos que eles iriam tocar, pois não constava na programação.

Eddie e Paralamas, esses show aconteceram no mesmo dia.. durante o show de Paralamas, foi um inferno de gente, mas deu pra sobreviver. Foi bom relembrar os velhos tempos.

Paulinho da Viola, todo mundo já estava calibradíssmo para se passar, último show do FIG 2010, que foi lindo, né?

E o que fazer depois dos shows? Correr para o único bar mais próximo aberto: Massilon. Uma cachaçaria familiar que vende cana de vários sabores  a 1 real. Desprovida de som, obrigava seus frequentadores a batucar e improvisar música ambiental. Sorte que as pessoas que pra lá iam, em sua maioria, possuíam um repertório musical agradável.

Depois que Massilon fechava, lá pelas 5/6h da matina, o destino de todos era ir para casa e descansar a beleza, acordar por volta do meio-dia, batendo os dentes de frio. Bem, não foi todo mundo que recebeu a temperatura garanhunhense dessa maneira. Mas que à noite fazia frio, fazia sim! Os chocólatras que se fizeram, havia chocolate quente em tudo que é canto. Porém de todas as nossas aquisições alimentícias nessa cidade, a mais barata e com satisfação garantida foi o pastel de queijo por R$ 1,00 numa barraquinha perto da Guadalajara, que, à propósito, só vendia pastel de QUEIJO.

Bem, a experiência dos que alugaram a casa valeu muito, o festival em si, as pessoas que conhecemos, foi tudo fantástico. Podem aguardar, em breve, alguma outra pira organizada pelo postpira.

Um beijo pra Oliiiiiiiiin.. (quem foi, sabe do que estou falando haha)

Extra: Essa foi uma competição que acabou rolando sem querer no primeiro FDS. Vejam só que galera instigada, até na hora da despedida.

Nunca fiz sucesso

Dó, Sol, Lá menor e Fá. Esse é o segredo. O segredo.  Quatro simples acordes. É tudo o que você precisa para ser um pop star.

Nunca fiz muito sucesso. Nunca fui popular. Mas como pode isso, você deve estar se perguntando, não era  você que tocava violão? Toco. Mas nem sempre foi assim. Comecei tocando o violoncelo. Isso mesmo, o cello. Era um instrumento bacana. Porem, no colegio, uma criança não ganha popularidade tocando um instrumento que é maior do que ela mesma. Nunca fiz sucesso. Tive que mudar de instrumento. Nunca fiz sucesso. Toquei sino, baixo, triangulo e atabaque. Nunca fiz sucesso. Aprendi a tocar violão. Virei um cara legal. Mas continuei na merda. Nunca fiz sucesso. Entrei para muitas bandas. Nunca fiz sucesso. Desisti de ser musico e passei a escrever musicas. 256 para ser mais especifico. Nunca fiz sucesso.

Nunca fiz uma musica de quatro acordes. A razão pro meu fracasso esta ai. O maior segredo dos astros do pop é: 4 acordes. Por não saber disso nunca fiz sucesso.

Beatles, Dire Straits, Bob Marley, Rihanna, Lady Gaga e outros usaram esse artifício. Ai esta o motivo do sucesso de muitas bandas. 4 acordes.

E isso não é exclusividade dos gringos não. Muitos sucessos nacionais seguem a mesma receita de bolo. Desse jeito fica facil criar um hit

Ai esta, meu amigo. Por isso nunca fiz sucesso. Dó, Sol, Lá menor e Fá. Ahhh se eu soubesse disso antes…seria um sucesso.

A Guerrilha dos Beatles

O décimo terceiro e último álbum dos Beatles, Let It Be, foi  lançando em 8 de maio de 1970, paralelamente com um filme: Live. O filme ganhou o Oscar de melhor trilha sonora original. A canção que leva o nome do álbum chegou ao topo da Billboard em 13 de junho, onde permaneceu quatro semanas.

8 de maio. 40 anos atras.  Marco na historia. Calma, calma, estou apressando as coisas. Vamos retroceder. Começar por explicar o titulo desse post.

Guerrilha, na liguagem militar, classifica-se como:

Tipo de combate não convencional no qual o principal estratagema é a extrema mobilidade dos combatentes. Se por um lado os guerrilheiros muitas vezes carecem de equipamento, por outro contam com a ajuda de populações que os defendem.

Guerrilha é surpreender. Colocar seu exercito onde ninguém colocou de forma inteligente e perspicaz. Saber usar as ferramentas e marcar seu território.

Na linguagem publicitária, classifica-se como:

Tipo de publicidade não convencional no qual o principal estratagema é a extrema mobilidade dos anunciantes. Se por um lado os anunciantes muitas vezes carecem de equipamento e grandes pacotes de mídia adequados, por outro contam com a ajuda de populações que os defendem.

Guerrilha é surpreender. Colocar sua marca onde ninguém colocou de forma inteligente e perspicaz. Saber usar as ferramentas e marcar seu território.

O seeding, a infinita criação de sites de compartilhamento de mídia e a popularização do famigerado viral, termo que de certo modo designa o sucesso da guerrilha, contribuíram para o aperfeiçoamento da tática. Mas até hoje não se tem uma resposta para: quem foi que inventou essa porcaria de marketing de guerrilha?

Teorias existem várias. Cada pseudo-intelectual (leia-se universitario metido a besta) tem a sua. Inclusive eu. Ela pode até não ser a mais correta, mas com certeza é a mais romântica.

Em 30 de janeiro de 1969, nos telhados da Apple Studios, quatro cabeludos surgiram sem aviso prévio e fizeram aquela que seria a última apresentação dos Beatles em público. E talvez a mais bem sucedida guerrilha de todos os tempos.

A idéia de subir até o telhado da gravadora e realizar o Rooftop Show ja virou lenda. Lennon afirmou, em entrevista a Rolling Stone de 77, que Brian Epstein, empresário do Beatles morto em 1967 de uma overdode de calmantes, costumava ironizar: “o dia que vocês quiserem realmente aparecer, cantem no meio do asfalto e de graça”.

Tal comentário de Epstein teria sido lembrado por Ringo Star na manhã daquele dia, quando os Beatles e, a sempre presente, Yoko Ono se reuniram no estúdio para definir as canções do álbum Let It Be. O baterista sugeriu que aquela era a oportunidade de ganhar mídia espontânea e gratuita, fazendo uma aparição surpresa em pleno centro de Londres.

Outra tese, bem mais defendida pelos chatos críticos musicais, é que tudo estava planejado há semanas pela Apple, e que fazia parte do projeto Get Back. Projeto ambicioso planejado pela gravadora com a  intenção de provar em público que os Beatles estavam em sintonia. Com isso em mente, a gravadora já havia preparado aquele show e, inclusive, avisado dezenas de veículos de comunicação alguns minutos antes.

Armado ou arranjando de última hora feito caldo de cana, essa guerrilha acabou virando filme. Intitulado Live, o curta mostra passo a passo desde a chegada dos Beatles à gravadora, passando por entrevistas com  fãs boquiabertos na calçada até a polícia mandar o grupo parar de tocar por causa do tumulto causado.

A apresentação não dispensa comentários. O constrangimento dos Beatles durante as músicas é visivel. Aliás, George Harrison já havia demonstrado desgaste comentando meses antes que deixaria o grupo. John Lennon concordou, dizendo que ele poderia ser substituído por Eric Clapton. Mas Paul Mccartney foi efusivo ao afirmar que “não existiria Beatles com outra formação”.

Além disso, havia a presença  de Yoko Ono. Baita presença, vale salientar. Ela participou ativamente das gravações de Let It Be, dando pitacos sobre as músicas. A picuinha foi violenta. Paul  nao a suportava mais. E as brigas entre o grupo viraram rotina.

Esse último show teve como grande ponto positivo a aparição de Billy Preston, mais um que foi considerado o ‘quinto-beatle, o tecladista introduziu em Let It Be uma sonoridade mais original e moderna para época, atitude condizente para a banda que introduziu a cítara no Rock e  o tornou marca registrada do psicodelismo.

Foi uma despedida do tamanho dos Beatles? Certamente não. Mas o som precário, o clima ruim e as paredes sujas talvez tenham conseguido passar a nós, fãs, o que os quatro estavam sentido há anos. Cansaço, distância e desentrosamento. John, Paul, Ringo e George se viam como completo estranhos.

Criaram a guerrilha, porem nao resistiram a mesma.

Não havia mais diversão no palco. Eram os últimos acordes do maior grupo de todos os tempos.

Os Beatles estavam acabando.

Eu já ouvi essa música…

Chega a ser engraçado como algumas músicas acabam.

Bom, “acabam” é modo de dizer. Mas sabe quando você ouve uma música e tem a sensação de “eu já ouvi essa melodia antes?”. Pois é, isso não é exclusividade sua. E mais comum do que você imagina.

Esse assunto me faz lembrar a escatológica Cohab City, do não tão saudoso Negritude Júnior. Há um bom tempo, em uma faculdade qualquer – suposto local de mentes privilegiadas que costumeiramente é chamado também de academia – presenciei a seguinte cena:

A rádio do corredor de comunicação, num raro momento de sanidade mental, inseriu na sua playlist o clássico ABC, do Jackson Five. Eis que, desafiando todas as leis da lógica, surge uma estudante, acredito eu, do terceiro período que explana a seguinte frase:

Ah, acabaram com a música do Negritude x(.

Eu juro que consegui ver um x( naquela expressão miguxes. A minha reação não podia ser outra. Lasquei uma chinelada no pé de ouvido da moça. Mentira. Mas foi tipo um filme do Jorge Furtado: a porrada acontece, você vê, mas na verdade ela não aconteceu. Era tudo fruto da sua imaginação. Umas 10 vezes seguidas.

Isso é o tipo de coisa que acontece quando algumas fontes não são fielmente retratadas. Por exemplo: eu duvido que em 1978, quando Michael Jackson escreveu“Don’t Stop ‘til You Get Enough” para o excelente álbum Off The Wall, ele imaginava que aquele seu futuro single viria a se tornar trilha da abertura do Vídeo Show.

Até mesmo o grande Jô Soares, que tem como maior referencia o comediante americano David Letterman, não viu problemas em adaptar uma música do maior ainda Buddy Rich para a vinheta do seu programa. Qual era a canção da qual falávamos? One O’Clock Jump.

O lendário grupo Earth, Wind & Fire também está na lista. Nem mesmo os insanos irmãos White podiam sonhar que a abertura da banda nos shows, In The Stone, serviria para abrir também as Portas da Esperança do Senor Abravanel.

Saiba, sempre, de onde vem a música que você ouve. Sempre.

Nouvelle Vague

É hoje! É finalmente hooooooje!

Coloquei até o som deles agora para escrever esse post, para me inspirar, já que faz quase um década que não arrisco uma linha torta por aqui.

Nouvelle Vague #nowplaying

Para quem está por fora, hoje se apresentará, pela segunda vez em Pernambuco, a banda francesa Nouvelle Vague, em Olinda no Mercardo Eufrásio Barbosa.

Okay, para quem ainda está totalmente por fora, faço um apanhado sobre a banda:

Se trata de uma banda francesa, como já disse, que surgiu.. bem, não sei ao certo quando a banda surgiu,  mas segundo dados do wikipedia foi em 2003. Seus criadores são os queridinhos Marc Collin e Olivier Libaux, que brincaram com o termo ‘Nouvelle Vague’, que remete ao movimento artístico do cinema francês, dos anos 60, ao mesmo tempo que significa em francês ‘new wave’ e ‘bossa nova’ em português.

A banda não possui músicas próprias, mas lançou mão de uma sacada genial, eles fazem covers de clássicos dos anos 70 e 80, punk e new wave, só que em ritmo de bossa nova. Fantástico, não? Aí suas fontes variam, há Depeche Mode, Joy Division, The Clash, The Cure.. no último álbum apareceram em seu repertório outras bandas como Talking Heads, Police, Plastic Bertrand, entre outros.

Para mim, que não conheço nem um terço das versões originais das músicas que eles tocam, não foi muito chocante. Essa até é a intenção deles ao convidarem garotas para cantar as músicas, dizem eles que a maioria delas nunca nem ouviram a versão original, o que acaba por ser um bônus, contribuindo para uma interpretação ainda mais diferente.

“The original concept of Nouvelle Vague was to use young girl singers who don’t know the meaning of punk and post-punk music. That way, they are bringing something new and totally fresh to the songs, and it really worked. So we kept doing it in this direction.” – Marc Collin

Dia desses, ouvi uma das músicas na versão punk.. completamente diferente. E por ser mais uma nesse mundo de meu Deus, que também não sabe o significado do que é ser punk ou pós punk, me apaixono ainda mais pelas releituras de Nouvelle.

Eles já lançaram três albuns: Nouvelle Vague (2004), Bande à Part (2006), 3 (2009). Vale muitíssimo ouvir, se quiser só sacar qual é a deles, eu indico as músicas ‘Dance with me’, ‘In a manner of speaking’, ‘Sweet and tender hooligan’, ‘The killing moon’, ‘Too drunk to fuck’, ‘Master & Servant’, ‘Human Fly’, ‘Heart of Glass’, ‘Ça plane pour moi’.. tá eu indico todas, ok? rs

Então é isso galera, Mercado da Música. Hoje (01/05). Às 22h. Participam também a Bande Ciné e Original Dj Copy. R$: 20/40

Para quem for, até lááááá!

Site: http://www.nouvellesvagues.com/

My Space: http://www.myspace.com/nouvellevague

Twitter: http://twitter.com/nouvellesvagues

Pra baixar: http://www.filestube.com/search.html?q=Nouvelle+Vague&select=All

Theremin – O Som do Éter.

Pois é, Theremin!

Vocês devem estar se perguntando o que diabos venha a ser “theremin” (ou teremim em português). Trata-se dos primórdios da música eletrônica, o primeiro instrumento que produzia/produz acordes eletronicamente.

Quando em 1919 o físico russo Léon Theremin ( Lew Sergejewitsch Termen ) encaminhava pesquisa sobre interferências e ruídos nas transmissões radiofônicas, descobriu que ao aproximar duas antenas de metal energizadas às suas mãos, este encontro produzia misterioso ruído. Encantado com o fato, descobriu que poderia controlar com as mãos os sons produzidos.

Lênin nessa época, de tão encantado com o som, mandou encomendar 600 exemplares e espalhar pela União Soviética. Diante do invento, L. Theremin recebeu a permissão para em viagem aos Estados Unidos disseminar o “milagre sonoro”. Porém, em 1939 foi bruscamente obrigado a regressar à URSS por motivos não informados, deixando pra trás sua esposa e invento.

Na época de sua disseminação pelo mundo, patrocinada pelo governo russo, L. Theremin, entrou em contato com a virtuosi Clara Rockmore, que desde os 5 anos já impressionava com sua destreza para a música clássica e o violino. Aos poucos, então, tornou-se a primeira e melhor theremista do mundo e agradou platéias do mundo inteiro com o “som do éter”.

É uma história cercada de mistérios que gira em torno de uma invenção não menos misteriosa.

Dêem uma olhada no som que dá um frio na espinha de tão peculiar:

PIRA !

Hélio Nunes.

Tia Madge e o milagre da tecnologia

A Lady Gaga passa uma eternidade prometendo o clipe da música “Telephone” e, quando ele finalmente aparece, vira sucesso absoluto. Então eu também me vejo no direito de ter demorado tanto pra postar rs.

Então, tô aqui pra falar que hoje eu tava de bobeira no Shopping Recife e descobri, ao entrar na Saraiva Mega Store, que a Madonna lançou (também depois de milênios) o tão esperado DVD da segunda turnê mais lucrativa da história, a Sticky & Sweet Tour. CLARO que eu comprei.
Capa do
Então, se na Confessions Tour (do álbum “Confessions on a Dancefloor”) a Madonna tava na vibe “tô no ápice da minha produção musical, tô reinventando o dance e faço um show pro meu público entrar em transe”, ela volta na Sticky & Sweet Tour (do álbum “Hard Candy”) pra dizer “faço pop água com açúcar mas eu sou diva, encho o cu de dinheiro lotando estádios no mundo inteiro e posso até ser uma negação como cantora, mas sei fazer o negócio direitinho”.

De fato, 10 em cada 10 fãs da Madonna podem afirmar, sem medo de serem apontados como cagonas na boate, que o Confessions é o melhor álbum desses anos que podemos considerar como “fase atual” da cantora. Mas o Hard Candy, esse cd popzinho mediano e que não acrescentou musicalmente muita coisa, pode se transformar num espetáculo se for bem trabalhado. E é isso que se vê no DVD.

Se todas as guei que se jogaram nas milhas pra ir aos shows da diva em Sampa e no Rio (e me mataram de inveja na época, inclusive minha irmã, essa aleijada MAS EU FUI PRO DA BEYONCE OK MORRA DE ENVEJA) podem falar que a experiência é fora do mundo real, venho por meio deste post avisar que a tecnologia pode fazer muito pelas guei que não se jogaram e ficaram chupando o dedo em casa. O que o DVD mostra na maior vibe estética videoclipe é algo que nenhum ser humano é capaz de ver sem a ajudinha da nossa amiga tecnologia com suas técnicas de edição de vídeo. As trocentas câmeras e os planos de pouquíssimos segundos mostram um show vibrante, colorido, repleto de informações rápidas e variadas.

SIM, É ELA, É A PÓS-MODERNIDADE. É o audiovisual que não permite que você faça a digestão do que você vê, que não deixa espaço pra você pensar. São signos e mais signos e mais signos e tudo que dá pra você dizer é “uau”. São signos desconexos, uma mistura de fenômenos da natureza, culturas orientais, religiões, brincadeiras de criança, lutas e infinitos outros. Ou seja, ninguém entende direito o que se quer dizer, mas o sentimento de “riqueza de referências vazias” faz aqueles que gostam de discutir cientificamente a comunicação (exemplo: eu) perceberem que é tudo mera apreciação estética. Se uma ou outra mensagem importante é passada (como no medley “Get Stupid” em que, paradoxalmente, algumas mazelas mundiais são exibidas ao lado do entretenimento capitalista que atrai os olhares das pessoas), é só a persistência da Madonna em retomar a vibe cabalística de alguns anos atrás a cada nova turnê.

Enfim, a qualidade da produção do DVD deixa passar despercebida (OU NÃO) a falta de talento vocal da cantora, já que o áudio é completamente manipulado para parecer que ela sabe cantar ao vivo, o que fica evidente se você comparar a voz dela cantando e gritando quando interage com os fãs (sim, ela desafina até falando).

E o que é isso senão o pop, não é minha gente? A espetacularização do medíocre, a glamurização do decadente, o sujo se torna clean, o feio se torna belo e uma nova proposta de consumo de música é criada. Pop não é música, pop é música, imagem, dança, moda e atitude. Pop é performance. Se você não entende o pop, você não se sente frustrado por isso, porque pelo menos se divertiu (diferente do cult, que você enfrenta horas árduas de monotonia pra no final não entender o que o criador quis dizer e ficar se julgando a pessoa mais idiota do mundo).

Pra concluir meu prolixo post (e eu insisto em dizer que não é prolixidade, é coisa demais pra falar mesmo), minha opinião sobre o dvd é positiva. O show inteiro é eletrizante, aquelas músicas normaizinhas do Hard Candy viram algo que você não esperava. Alguns destaques (meus) vão para: as remixagens de alguns sucessos antigos, como “Vogue, “Like a Prayer” e “Ray of Light”, que deram MUITO certo; a performance de “Devil Wouldn’t Recognize You”, minha música favorita do álbum “Hard Candy”; a participação de outros artistas como Britney, Justin Timberlake e Pharrell Williams através do telão; o “momento latino/nostálgico” do show na sequência Spanish Lesson/Miles Away/La Isla Bonita/Me Darava/Doli Doli/You Must Love Me/DON’T CRY FOR ME ARGENTINA (exclusiva para Buenos Aires); a guei que pede pra Madonna cantar “Like A Birgin” e afirma ser “half and half birgin” (MEDO).

Beijosmecomentem.