A Lady Gaga passa uma eternidade prometendo o clipe da música “Telephone” e, quando ele finalmente aparece, vira sucesso absoluto. Então eu também me vejo no direito de ter demorado tanto pra postar rs.
Então, tô aqui pra falar que hoje eu tava de bobeira no Shopping Recife e descobri, ao entrar na Saraiva Mega Store, que a Madonna lançou (também depois de milênios) o tão esperado DVD da segunda turnê mais lucrativa da história, a Sticky & Sweet Tour. CLARO que eu comprei.
Então, se na Confessions Tour (do álbum “Confessions on a Dancefloor”) a Madonna tava na vibe “tô no ápice da minha produção musical, tô reinventando o dance e faço um show pro meu público entrar em transe”, ela volta na Sticky & Sweet Tour (do álbum “Hard Candy”) pra dizer “faço pop água com açúcar mas eu sou diva, encho o cu de dinheiro lotando estádios no mundo inteiro e posso até ser uma negação como cantora, mas sei fazer o negócio direitinho”.
De fato, 10 em cada 10 fãs da Madonna podem afirmar, sem medo de serem apontados como cagonas na boate, que o Confessions é o melhor álbum desses anos que podemos considerar como “fase atual” da cantora. Mas o Hard Candy, esse cd popzinho mediano e que não acrescentou musicalmente muita coisa, pode se transformar num espetáculo se for bem trabalhado. E é isso que se vê no DVD.
Se todas as guei que se jogaram nas milhas pra ir aos shows da diva em Sampa e no Rio (e me mataram de inveja na época, inclusive minha irmã, essa aleijada MAS EU FUI PRO DA BEYONCE OK MORRA DE ENVEJA) podem falar que a experiência é fora do mundo real, venho por meio deste post avisar que a tecnologia pode fazer muito pelas guei que não se jogaram e ficaram chupando o dedo em casa. O que o DVD mostra na maior vibe estética videoclipe é algo que nenhum ser humano é capaz de ver sem a ajudinha da nossa amiga tecnologia com suas técnicas de edição de vídeo. As trocentas câmeras e os planos de pouquíssimos segundos mostram um show vibrante, colorido, repleto de informações rápidas e variadas.
SIM, É ELA, É A PÓS-MODERNIDADE. É o audiovisual que não permite que você faça a digestão do que você vê, que não deixa espaço pra você pensar. São signos e mais signos e mais signos e tudo que dá pra você dizer é “uau”. São signos desconexos, uma mistura de fenômenos da natureza, culturas orientais, religiões, brincadeiras de criança, lutas e infinitos outros. Ou seja, ninguém entende direito o que se quer dizer, mas o sentimento de “riqueza de referências vazias” faz aqueles que gostam de discutir cientificamente a comunicação (exemplo: eu) perceberem que é tudo mera apreciação estética. Se uma ou outra mensagem importante é passada (como no medley “Get Stupid” em que, paradoxalmente, algumas mazelas mundiais são exibidas ao lado do entretenimento capitalista que atrai os olhares das pessoas), é só a persistência da Madonna em retomar a vibe cabalística de alguns anos atrás a cada nova turnê.
Enfim, a qualidade da produção do DVD deixa passar despercebida (OU NÃO) a falta de talento vocal da cantora, já que o áudio é completamente manipulado para parecer que ela sabe cantar ao vivo, o que fica evidente se você comparar a voz dela cantando e gritando quando interage com os fãs (sim, ela desafina até falando).
E o que é isso senão o pop, não é minha gente? A espetacularização do medíocre, a glamurização do decadente, o sujo se torna clean, o feio se torna belo e uma nova proposta de consumo de música é criada. Pop não é música, pop é música, imagem, dança, moda e atitude. Pop é performance. Se você não entende o pop, você não se sente frustrado por isso, porque pelo menos se divertiu (diferente do cult, que você enfrenta horas árduas de monotonia pra no final não entender o que o criador quis dizer e ficar se julgando a pessoa mais idiota do mundo).
Pra concluir meu prolixo post (e eu insisto em dizer que não é prolixidade, é coisa demais pra falar mesmo), minha opinião sobre o dvd é positiva. O show inteiro é eletrizante, aquelas músicas normaizinhas do Hard Candy viram algo que você não esperava. Alguns destaques (meus) vão para: as remixagens de alguns sucessos antigos, como “Vogue, “Like a Prayer” e “Ray of Light”, que deram MUITO certo; a performance de “Devil Wouldn’t Recognize You”, minha música favorita do álbum “Hard Candy”; a participação de outros artistas como Britney, Justin Timberlake e Pharrell Williams através do telão; o “momento latino/nostálgico” do show na sequência Spanish Lesson/Miles Away/La Isla Bonita/Me Darava/Doli Doli/You Must Love Me/DON’T CRY FOR ME ARGENTINA (exclusiva para Buenos Aires); a guei que pede pra Madonna cantar “Like A Birgin” e afirma ser “half and half birgin” (MEDO).
Beijosmecomentem.