Numa ladeirinha média, perto do salva-vidas Bonanza e posto da larica Ipiranga, aberto até as 4h da manhã, eis que havia uma casa de número 72. Nessa casa não havia quase nada, nem móveis ou talheres, sóbria em termos de tecnologia. Internet passou longe, de televisão ninguém queria mesmo saber. Mas ela foi organizada com muito esmero por alguns integrantes do postpira e cia. Quem foi, gostou. Quem não foi, é certo que se arrependeu.
Recebemos todo tipo de gente e tribos, sem preconceitos. Junkies, cafuçús, alternas, amantes de sal, putas, viados, saps, até caloteiros. Mas desses últimos aí, não gostamos muito e decidimos vetar na próxima qualquer coisa, hehe. A casa era enorme, tinha quatro quartos, mais um monte de salas e uma varanda gigante, que só ela conseguiu comportar umas 10 pessoas no segundo fim de semana.
A trilha sonora da casa foi diversa, mas Caetano, Gal e Otto merecem ser lembrados como os mais pedidos e “Crua”, como a música mais tocada.
Muitos reclamaram da programação do FIG. Fato que comparado a outros anos, a desse ano foi mais fraquinha, mas tinha muito o que se fazer por lá. E não tem nada melhor do que reunir os amigos e viajar.
A agenda do festival teve bastante variedade. Além das principais atrações na Guadalajara, houve também apresentações de música erudita, instrumental, forró, festival de cinema, apresentações cênicas e até música gospel para tirar o mau olhado, hehe. Tudo isso disperso em vários pólos, sendo os três palcos principais: Guadalajara, Parque Ruber Van der Linden e Euclides Dourado.
Shows mais apreciados pelos que passaram pela nossa Toca:
Gal Costa, com direito a choros e gritos para que ela cantasse “Mal Secreto”. É, ela não cantou… Pelo menos recitou o “Fruta Gogoia”, o qual eu ouvi do banheiro químico (enquanto me equilibrava para fazer xixi sem sair 100% infectada de lá).
Reginaldo Rossi foi, com certeza, o show mais hilário de todos, com participação especial de uma fã descontrolada, Jana, ou como o rei do brega preferia insistir em chamar “Xana”, uma mulher completamente sem noção da humilhação pública que passava, mas que conseguiu arrancar altas gaitadas de quem assistia.
Academia da Berlinda, essa aí realmente foi surpresa. Nós que estávamos seguindo a programação viabilizada no site, não sabíamos que eles iriam tocar, pois não constava na programação.
Eddie e Paralamas, esses show aconteceram no mesmo dia.. durante o show de Paralamas, foi um inferno de gente, mas deu pra sobreviver. Foi bom relembrar os velhos tempos.
Paulinho da Viola, todo mundo já estava calibradíssmo para se passar, último show do FIG 2010, que foi lindo, né?
E o que fazer depois dos shows? Correr para o único bar mais próximo aberto: Massilon. Uma cachaçaria familiar que vende cana de vários sabores a 1 real. Desprovida de som, obrigava seus frequentadores a batucar e improvisar música ambiental. Sorte que as pessoas que pra lá iam, em sua maioria, possuíam um repertório musical agradável.
Depois que Massilon fechava, lá pelas 5/6h da matina, o destino de todos era ir para casa e descansar a beleza, acordar por volta do meio-dia, batendo os dentes de frio. Bem, não foi todo mundo que recebeu a temperatura garanhunhense dessa maneira. Mas que à noite fazia frio, fazia sim! Os chocólatras que se fizeram, havia chocolate quente em tudo que é canto. Porém de todas as nossas aquisições alimentícias nessa cidade, a mais barata e com satisfação garantida foi o pastel de queijo por R$ 1,00 numa barraquinha perto da Guadalajara, que, à propósito, só vendia pastel de QUEIJO.
Bem, a experiência dos que alugaram a casa valeu muito, o festival em si, as pessoas que conhecemos, foi tudo fantástico. Podem aguardar, em breve, alguma outra pira organizada pelo postpira.
Um beijo pra Oliiiiiiiiin.. (quem foi, sabe do que estou falando haha)
Extra: Essa foi uma competição que acabou rolando sem querer no primeiro FDS. Vejam só que galera instigada, até na hora da despedida.