Vendo CD

Vou fingir que minha última postagem foi ontem e escrever como se nenhuma pausa tivesse ocorrido pra poupar vocês das desculpas de sempre (tempo, inspiração, instiga, paciência, enfim).

Quando isso aqui funcionava bem direitinho, tínhamos o costume de falar bem ou mal de tuuudo, inclusive de música. Esse, por sinal um dos tópicos mais discutidos pelos colaboradores do Post Pira, me faz voltar aqui depois de um século offline.

Nesse dia dos namorados resolvi fazer algo de diferente. Resolvi que não ia ficar em casa curtindo momentos all by myself! Solução: tomar bons drinks em Olinda com as amigas. Isso é ta na melhooooooooooor! haha.

Pois bem, passamos o dia perdendo nossa credibilidade na cachaça. Por volta das 21h, ali pela Praça do Carmo – na pausa entre o vinho e a cerveja – um hippie chega junto pra vender algum bregueço. Estávamos no meio de uma discussão sobre o código florestal (mentira, era discutindo a relação das amigas mesmo, com direito a choro) e a luz era fraquíssima. O hippie, que não era hippie, tira da bolsa-carteiro CDs de sua autoria e explica que ta fazendo divulgação da sua música. Se eu tivesse sóbria, apenas diria que estava sem grana. Mas bêbada, tudo revolta.

“e aê, tem myspace?”

Responder negativamente foi o suficiente.

Não lembro muito bem qual foi a conversa, mas minha fala inflamada contra alguém que não está inserido na lógica do download deve ter sido pesada. Ganhei um CD e a autorização para divulgar.



Hoje, sóbria, poderia iniciar um belo discurso sobre a queda nas vendas de CDs, com ênfase para quem tá começando. Poderia iniciar uma discussão polêmica a respeito da vida do músico, como ele ganha dinheiro hoje – com a venda de CDs ou ingressos de shows. Mas vou deixar meu lado Gimenez de lado.

Se ele não tivesse lá com sua voz mansa vendendo o CD provavelmente nunca nos conheceríamos. Mas, se a única maneira das pessoas conhecerem seu trabalho for essa, a chance do nosso querido Lucas passar despercebido é grande.

Sou Maria Palheta de coração, adorei o repertório e achei a voz dele encantadora. Esses são motivos justos para criar um myspace? www.myspace.com/lucas_notaro

A arte do CD poderia sem melhor desenvolvida, mas isso é o de menos, ele é um gatinho! Hahahaha.

Facebook do boy: http://www.facebook.com/notaro.lucas

O Lucas agora corre o risco de ficar conhecido no mundo inteiro.

Vamos lá, escutem as músicas dele e curtam no face.

Por enquanto é o que temos para hoje. Espero que agora ele se instigue e faça videos, né?

Próxima etapa: canal no youtube.

Publicidade é tudo, minha gente. Já fiz todo um planejamento de sucesso pra esse rapaz.

Ps: Solução de Vez e Jornada são músicas dele!

 

Beatle-Xtravaganza! As melhores de John Lennon

John Winston Lennon, cantor, compositor, escritor, pintor e ativista e um dos maiores músicos de todos os tempos. Definitivamente no Top 2. E caso estivesse vivo, teria comemorado seus 70 anos pouco tempo atras. Com essa desculpa esfarrapada, irei escrever uma Beatle-xtravaganza! Começando agora! E com uma lista!!! Fora de ordem, por que nesse caso, é impossivel ter preferencia.

https://i0.wp.com/28.media.tumblr.com/tumblr_la0636Kig11qzmvqxo1_500.jpg

Ninguém foi tão importante para a música como os Beatles. E parte dessa revolução, talvez a mais significativa delas, passa pelo espírito incomodado e complexo de Lennon. Desde suas manifestações até sua invejável capacidade em oratórias e discussões, Lennon foi um artista completo. Não bastava emocionar as pessoas. Ele queria salvá-las.

Em 1970, após o fim dos Beatles, Lennon ficou três anos sem lançar nada. Voltou com o disco Mind Games, que marca o início de sua separação de Yoko Ono. Foi quando ele começou a namorar May Pang. Nessa época, Lennon ainda morava com Keith Moon (The Who).

A música que leva o nome do disco foi somente um dos vários hits do álbum.

Jealous Guy é provavelmente uma musica perfeita. Escrita em 1971 para o antológico álbum Imagine, a música é um atestado de ciúmes. Diz a lenda que ela havia sido escrita para o White Álbum em parceria com Paul Mccartney.

Uma curiosidade: a segunda voz na música é de George Harrison.

http://www.youtube.com/v/6lLs2dC9NaE

Eterno hino à mulher, Woman é a última música composta por Lennon. Durante uma entrevista para a revista Rolling Stones em 1980, ele disse que Woman era a versão grown-up de Girl, dos Beatles.

Em 2005, Ozzy Osbourne regravou a canção.

Working Class Hero foi a primeira música gravada por John Lennon após sua saída dos Beatles. É, depois de Imagine, umas das músicas mais regravadas de sua carreira. Músicos como David Bowie, Cyndi Lauper, Richie Havens, Roger Taylor e Marilyn Manson já a cantaram.

http://www.youtube.com/v/njG7p6CSbCU

Mais uma do álbum Double Fantasy. Beautiful Boy (Darling Boy) foi escrita para Sean Lennon, filho de John com Yoko. A letra é uma primorosa canção de ninar. O videoclipe editado somente com imagens da família, com Sean ainda pequeno, é um dos meus preferidos.

Foi regravada por Celine Dion e Ben Harper.

Música mais tocada durante cinco semanas nos Estados Unidos, (Just Like) Starting Over aparece – também – no Double Fantasy. Lennon teria escrito essa canção em Bermuda no ano de 1979. A inclusão de Just Like se deve ao fato de, na época, uma música country chamada Starting Over estar fazendo grande sucesso.

http://www.youtube.com/v/_IXX5gFBkfY&feature

Música absolutamente hipnotizante, Instant Karma! está no terceiro disco solo de John Lennon. É uma das três canções dele inclusas no Rock And Roll Hall of Fame. O arranjo original foi criado juntamente de George Harrison e Billy Preston. Só.

http://www.youtube.com/v/EqP3wT5lpa4

Sim, eu sei. Faltaram várias músicas, inclusive as acapachantes Imagine, Stand By Me, Give Peace a Chance, entre outras.

Mas, se tratando de John Lennon, qualquer lista de melhores será invariavelmente cruel.

Basta-nos discutir, ouvir e aprender.

A Guerrilha dos Beatles

O décimo terceiro e último álbum dos Beatles, Let It Be, foi  lançando em 8 de maio de 1970, paralelamente com um filme: Live. O filme ganhou o Oscar de melhor trilha sonora original. A canção que leva o nome do álbum chegou ao topo da Billboard em 13 de junho, onde permaneceu quatro semanas.

8 de maio. 40 anos atras.  Marco na historia. Calma, calma, estou apressando as coisas. Vamos retroceder. Começar por explicar o titulo desse post.

Guerrilha, na liguagem militar, classifica-se como:

Tipo de combate não convencional no qual o principal estratagema é a extrema mobilidade dos combatentes. Se por um lado os guerrilheiros muitas vezes carecem de equipamento, por outro contam com a ajuda de populações que os defendem.

Guerrilha é surpreender. Colocar seu exercito onde ninguém colocou de forma inteligente e perspicaz. Saber usar as ferramentas e marcar seu território.

Na linguagem publicitária, classifica-se como:

Tipo de publicidade não convencional no qual o principal estratagema é a extrema mobilidade dos anunciantes. Se por um lado os anunciantes muitas vezes carecem de equipamento e grandes pacotes de mídia adequados, por outro contam com a ajuda de populações que os defendem.

Guerrilha é surpreender. Colocar sua marca onde ninguém colocou de forma inteligente e perspicaz. Saber usar as ferramentas e marcar seu território.

O seeding, a infinita criação de sites de compartilhamento de mídia e a popularização do famigerado viral, termo que de certo modo designa o sucesso da guerrilha, contribuíram para o aperfeiçoamento da tática. Mas até hoje não se tem uma resposta para: quem foi que inventou essa porcaria de marketing de guerrilha?

Teorias existem várias. Cada pseudo-intelectual (leia-se universitario metido a besta) tem a sua. Inclusive eu. Ela pode até não ser a mais correta, mas com certeza é a mais romântica.

Em 30 de janeiro de 1969, nos telhados da Apple Studios, quatro cabeludos surgiram sem aviso prévio e fizeram aquela que seria a última apresentação dos Beatles em público. E talvez a mais bem sucedida guerrilha de todos os tempos.

A idéia de subir até o telhado da gravadora e realizar o Rooftop Show ja virou lenda. Lennon afirmou, em entrevista a Rolling Stone de 77, que Brian Epstein, empresário do Beatles morto em 1967 de uma overdode de calmantes, costumava ironizar: “o dia que vocês quiserem realmente aparecer, cantem no meio do asfalto e de graça”.

Tal comentário de Epstein teria sido lembrado por Ringo Star na manhã daquele dia, quando os Beatles e, a sempre presente, Yoko Ono se reuniram no estúdio para definir as canções do álbum Let It Be. O baterista sugeriu que aquela era a oportunidade de ganhar mídia espontânea e gratuita, fazendo uma aparição surpresa em pleno centro de Londres.

Outra tese, bem mais defendida pelos chatos críticos musicais, é que tudo estava planejado há semanas pela Apple, e que fazia parte do projeto Get Back. Projeto ambicioso planejado pela gravadora com a  intenção de provar em público que os Beatles estavam em sintonia. Com isso em mente, a gravadora já havia preparado aquele show e, inclusive, avisado dezenas de veículos de comunicação alguns minutos antes.

Armado ou arranjando de última hora feito caldo de cana, essa guerrilha acabou virando filme. Intitulado Live, o curta mostra passo a passo desde a chegada dos Beatles à gravadora, passando por entrevistas com  fãs boquiabertos na calçada até a polícia mandar o grupo parar de tocar por causa do tumulto causado.

A apresentação não dispensa comentários. O constrangimento dos Beatles durante as músicas é visivel. Aliás, George Harrison já havia demonstrado desgaste comentando meses antes que deixaria o grupo. John Lennon concordou, dizendo que ele poderia ser substituído por Eric Clapton. Mas Paul Mccartney foi efusivo ao afirmar que “não existiria Beatles com outra formação”.

Além disso, havia a presença  de Yoko Ono. Baita presença, vale salientar. Ela participou ativamente das gravações de Let It Be, dando pitacos sobre as músicas. A picuinha foi violenta. Paul  nao a suportava mais. E as brigas entre o grupo viraram rotina.

Esse último show teve como grande ponto positivo a aparição de Billy Preston, mais um que foi considerado o ‘quinto-beatle, o tecladista introduziu em Let It Be uma sonoridade mais original e moderna para época, atitude condizente para a banda que introduziu a cítara no Rock e  o tornou marca registrada do psicodelismo.

Foi uma despedida do tamanho dos Beatles? Certamente não. Mas o som precário, o clima ruim e as paredes sujas talvez tenham conseguido passar a nós, fãs, o que os quatro estavam sentido há anos. Cansaço, distância e desentrosamento. John, Paul, Ringo e George se viam como completo estranhos.

Criaram a guerrilha, porem nao resistiram a mesma.

Não havia mais diversão no palco. Eram os últimos acordes do maior grupo de todos os tempos.

Os Beatles estavam acabando.

Eu já ouvi essa música…

Chega a ser engraçado como algumas músicas acabam.

Bom, “acabam” é modo de dizer. Mas sabe quando você ouve uma música e tem a sensação de “eu já ouvi essa melodia antes?”. Pois é, isso não é exclusividade sua. E mais comum do que você imagina.

Esse assunto me faz lembrar a escatológica Cohab City, do não tão saudoso Negritude Júnior. Há um bom tempo, em uma faculdade qualquer – suposto local de mentes privilegiadas que costumeiramente é chamado também de academia – presenciei a seguinte cena:

A rádio do corredor de comunicação, num raro momento de sanidade mental, inseriu na sua playlist o clássico ABC, do Jackson Five. Eis que, desafiando todas as leis da lógica, surge uma estudante, acredito eu, do terceiro período que explana a seguinte frase:

Ah, acabaram com a música do Negritude x(.

Eu juro que consegui ver um x( naquela expressão miguxes. A minha reação não podia ser outra. Lasquei uma chinelada no pé de ouvido da moça. Mentira. Mas foi tipo um filme do Jorge Furtado: a porrada acontece, você vê, mas na verdade ela não aconteceu. Era tudo fruto da sua imaginação. Umas 10 vezes seguidas.

Isso é o tipo de coisa que acontece quando algumas fontes não são fielmente retratadas. Por exemplo: eu duvido que em 1978, quando Michael Jackson escreveu“Don’t Stop ‘til You Get Enough” para o excelente álbum Off The Wall, ele imaginava que aquele seu futuro single viria a se tornar trilha da abertura do Vídeo Show.

Até mesmo o grande Jô Soares, que tem como maior referencia o comediante americano David Letterman, não viu problemas em adaptar uma música do maior ainda Buddy Rich para a vinheta do seu programa. Qual era a canção da qual falávamos? One O’Clock Jump.

O lendário grupo Earth, Wind & Fire também está na lista. Nem mesmo os insanos irmãos White podiam sonhar que a abertura da banda nos shows, In The Stone, serviria para abrir também as Portas da Esperança do Senor Abravanel.

Saiba, sempre, de onde vem a música que você ouve. Sempre.

CinePE

Ontem (30), foi meu primeiro dia de  CinePE.

Destaque para a Mostra de Curtas:

Amigos Bizarros do Ricardinho (35 mm, Ficção, Direção: Augusto Canani, 21’, RS)

Levou o público à aaaaaaaaaltas risadas. E o público publicitário, tenho certeza, riu ainda mais.

O curta se passa numa agência de propaganda e o protagonista é contratado como estagiário no setor de arte finalização. Ricardinho tem algum problema motor, o branquelo, baixinho, dos dentes tronxos, treme-treme (e aí vem um corte, mostrando ricardinho tremendo durante uma prova, quando ainda criança) e se atrapalha um pouco, atrasando as peças. Um locutor em off narra todo o filme, até que cabra começa a falar. E aí a gnt conhece os estranhos amigos de Ricardinho, através de histórias – que por sinal,  não eram para ser piadas – que ele conta, pegando a deixa nas desgraças dos colegas de trabalho. O CinePE aplaudiu por um considerável tempinho aquele sotaque gaúcho, ché.

Além desse, tivemos:

Se Meu Pai Fosse de Pedra (Digital, Documentário, Direção: Maria Camargo, 19’, RJ)

O Plano do Cachorro (Digital, Ficção, Direção: Arthur Lins e Ely Marques, 10’, PB)

Zé(s) (35 mm, Documentário, Direção: Piu Gomes , 15′, RJ)

Quando a Chuva Chegar (35 mm, Ficção, Direção: Jorane Castro , 15′, PA)

Destaque para “Zé (s)” – que mostrou de forma belíssima o encontro entre José Celso Martinez e José Perdiz – e pro casal de velhinhos se agarrando no “Quando a Chuva Chegar”.

O longa, pra encerrar a Mostra Competitiva,  ficou por conta do diretor Jorge Durán com o filme “Não Se Pode Viver Sem Amor”.

Como eu sempre digo, filme brasileiro tem que ter Ângelo Antônio sofrendo.

E ele tava lá, assistindo pela primeira vez (foi o que ele disse no discurso) o filme que protagonizou.

Quem não apareceu pessoalmente foi Cauã Reymond, que tá um gatinho em cena.

Foto (via Revista Quem)

Cauã era João, personagem que levantou risadas quando, atrapalhado, resolve roubar para pagar suas dívidas e se casar com Gilda (Fabiula Nascimento), uma prostituta. Ríamos da cara de pau do sujeito, que rouba, sequestra e invade a casa do personagem vivido por Ângelo no dia da morte de seu pai. Toda a história se passa no Rio, às vesperas do Natal. Rogério Fróes – o pai morto – subiu no palco, antes da exibição, pra falar da admiração que teve com o Evento, na verdade, com o entusiasmo do público. Falou bonito. 2000 mil pessoas lotando o cinemão do centro de convenções, respondendo com aplausos, vaias, risos… Nãos se encontra facilmente por aí.

A homenageada Júlia Lemmertz, recebeu o Calango de Ouro.

Que mulher linda, minha gente. Pena que não levou o marido pra gnt cruzar com ele pelos stands… :s

Noite passada gastei bem meus 4 conto de estudante.

Tenho certeza que hoje será um bom investimento também (campanha publicitária feelings).

Aí vai a programação:

MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS E LONGAS-METRAGENS
Hora: 18h30
Local: Cine Teatro Guararapes – Centro de Convenções
Acesso: Ingresso (Inteira R$8,00 / Meia R$4,00)

MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS DIGITAIS
Áurea (Digital, Ficção, Direção: Zeca Ferreira, 16’, RJ)
Família Vidal (Digital, Documentário, Direção: Diego Benevides, 15’, PB)

MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS-METRAGENS EM 35 MM
Geral (35 mm, Documentário, Direção: Anna Azevedo, 14′, RJ)
Nego Fugido (35 mm, Ficção, Direção: Cláudio Marques e Marília Hughes Guerreiro , 16′, BA)
Um Médico Rural (35 mm, Ficção, Direção: Cláudio G. Fernandes, 21′, PE)
Homem-Bomba (35 mm, Ficção, Direção: Tarcísio Lara Puiati, 13′, RJ)

HOMENAGEM
Tony Ramos

MOSTRA ESPECIAL DE LONGAS-METRAGENS – HORS CONCURS
Quincas Berro D’Água (35 mm, Ficção, Direção: Sérgio Machado,102’, RJ)