Celulari, separado de Cláudia Raia, quer jantar comigo.

mala-direta

Aumente para ler.

Edson Celulari, separado de Cláudia Raia, me chamou pra jantar.

Depois que ele se separou “separado de Cláudia Raia” virou tipo um título ( Alexandre, o Grande… Ivan, o Terrível…).

Alguns dias atrás recebi uma espécie de telegrama que nem li direito, joguei fora. Mas eu me lembro que tinha algo do tipo “em 7 dias você receberá um envelope amarelo”…

Lembro também do rodapé: “se não quiser receber envie de volta com a resposta não”. Bom, eu não fiz nada, óbvio. Lá vai eu no correio perder meu tempo pra responder “não”… NÃO EIN!

Eis que surge um grande envelope amarelo com uns adesivos verdes, uns carimbos vermelhos… na minha porta.

mala direta

Gente, essa história de “em sete dias” é macabra e o envelope era grande e pesado. E eu tava tão atordoada com tudo aquilo que nem li direito o que tinha na capa, fui abrindo.

E de lá sairam pelo menos 989.999.988 resmas de papel rumo ao lixo.

A mala direta foi da Revista Seleções e eu só reparei que era esse o produto que tavam querendo me vender muito tempo depois da revolta com tanto papel e tantas promessas de prêmio em dinheiro, carro, casa, jantar…

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A pessoa mais sortuda do mundo sou eu.  A raspadinha me deu 3 estrelas, digaí.

Mas como é ein, mala direta é isso?

Uma busca rápida na web e você encontra conceito e manual.

CRIANDO MALA DIRETA

“O grande diferencial da mala direta está no fato de que através de um único modelo de carta, o remetente consegue dirigir-se diretamente a cada pessoa, independentemente do número de destinatários ao qual a mesma será remetida.”


A única revista que eu assino é a Computer Arts da editora Europa. Talvez meus dados passeiem por aí, é?

Eles podem mapear meu interesse por leitura de revista, por informação… Ah, mas lembra que é de computação gráfica? Design e pá?

Mala direta não é barata. O material que me enviaram tinha até r-a-s-p-a-d-i-n-h-a. Papel bonito, impressão boa… Tudo jogado no lixo. Acho que a maior merda que uma empresa pode fazer é mandar material para o público errado. E eu era o público errado! Ou o material foi errado. Vejamos.

Aparentemente a intenção do marketing foi me fazer assinar a Seleções pela possibilidade que tenho de ficar ryca.

Talvez eu até pudesse me interessar pela revista, dei uma olhada no site e parece que ela aborda de tudo um pouco… Mas nada disso me foi dito na mala-direta.

O material não fez nenhuma referência ao conteúdo, nem no formato que me foi enviado, nem na linguagem, nem nas cores.

Essa história de prometer mil coisas não passa de spam, quando não é news do peixe urbano, grupon, e afins, né…

Se eu assino revista, mesmo que seja de arte, isso significa que eu priorizo informação. E ninguém quis me ganhar pelo conteúdo. Só por que a revista fala de bosta a foguete, não quer dizer que todo mundo vai se interessar. Agora me diz poooor queee, meu deuss, não me mandaram isso numa news? Barato pra eles, menos peso na minha consciência ambiental.

Acredito que um material impresso é bem mais impactante, de fato dedico mais atenção a coisas táteis que a newsletter. Mas tudo é uma questão de COMOFAS.

Eu pego um milhão de panfletos na centro da cidade e me sinto uma catadora pois sou uma intermediária do lixo.  Os panfleteros empurram na caixa dos meus peitos um bracinho nada delicado com aquelas  artes  tipicas do corel (chapado verde no fundo e letras vermelhas, quando não tá em preto e branco) CRENDO que aquilo vai ser lido. Dificilmente vai, mesmo que o serviço me interesse. Se me entregassem um papel todo branco, sem nada, talvez me chamasse mais atenção.

Personalizar uma correspondência vai muito além da referência nominal: OLÁ, ISABELLI VASCO DOS REIS.

Eu tenho plena consciência que meu nome foi automatizado, assim como o de meio milhão de indivíduos e por isso não me sinto especial, nem próxima ao produto.

Para chegar a algo de fato personalizado, o mail marketing/mala direta, tem que chegar de diferentes maneiras para diferentes públicos. Essa segmentação é essencial pra quem quer pagar por um material que chegue, atinja, informe, e não vá pro lixo antes de qualquer impacto. O barato se torna caro quando o dinheiro que você investiu no tanto de papel e envelopes amarelos vai para alguém que vai jogar td fora. No caso da distribuição virtual, o perigo é ficar conhecido como o maior enchedor da caixa de entrada alheia.
A revista pode interessar a maior galera do Brasil, mas o modo como ela vai ser vendida tem que ser diferente sim, e esse é o grande trunfo da mala-direta. O que me mandaram cairia bem na caixa de correio dos meus avós: eles se interessam por leitura informativa, tem tempo para isso, cresceram com Silvio Santos, Telesena, Raspadinha…

Acredito que pelo público-alvo ser de grande abrangência, não houve esse cuidado com segmentação na comunicação. Pra mim, isso é perda de money.

A lógica é a mesma pra qualquer tipo de mídia tradicional. Estou* saturada de informações, apenas o entretenimento me atinje.

*Escrevo tudo na esperança de ser universal, não na certeza. Então me refiro a mim mesma, com o EU na frente. 🙂


Ok. Eu assino a Computer Arts da editora Europa. Isso quer dizer que estou no mailing deles. Endereço, email, telefone, ocupação, renda… 

Eles podem mapear meu interesse por leitura de revista, por informação… Ah, mas lembra que é de computação gráfica? Design e pá?

Mala direta não é barata. O material que me enviaram tinha até r-a-s-p-a-d-i-n-h-a. Papel bonito, impressão boa… Tudo jogado no lixo. Acho que a maior merda que uma empresa pode fazer é mandar material para o público errado. E eu era o público errado! Ou o material foi errado. Vejamos.

Talvez até pudesse me interessar pela revista, dei uma olhada no site e parece que ela aborda de tudo um pouco… Mas nada disso me foi dito na mala-direta. Aparentemente a intenção do marketing foi me fazer assinar a Seleções pela possibilidade que tenho de ficar ryca.

Se eu assino revista, mesmo que seja de arte, isso significa que eu priorizo informação. E ninguém quis me ganhar pelo conteúdo. Só por que a revista fala de bosta a foguete, não quer dizer que todo mundo vai se interessar. Agora me diz poooor queee, meu deuss, não me mandaram isso numa news? Barato pra eles, menos peso na minha consciência ambiental.

Acredito que um material impresso é bem mais impactante, de fato dedico mais atenção a coisas táteis que a newsletter. Mas tudo é uma questão de COMOFAS.

Personalizar uma correspondência vai muito além da referência nominal: OLÁ, ISABELLI VASCO DOS REIS.

Eu tenho plena consciência que meu nome foi automatizado, assim como o de meio milhão de indivíduos e por isso não me sinto especial, nem próxima ao produto.

Para chegar a algo de fato personalizado, o mail marketing/mala direta, tem que chegar de diferentes maneiras para diferentes públicos. Essa segmentação é essencial pra quem quer pagar por um material que chegue, atinja, informe, e não vá pro lixo antes de qualquer impacto. O barato se torna caro quando o dinheiro que você investiu no tanto de papel e envelopes amarelos vai para alguém que vai jogar td fora. No caso da distribuição virtual, o perigo é ficar conhecido como o maior enchedor da caixa de entrada alheia.
A revista pode interessar a maior galera do Brasil, mas o modo como ela vai ser vendida tem que ser diferente sim, e esse é o grande trunfo da mala-direta. O que me mandaram cairia bem na caixa de correio dos meus avós: eles se interessam por leitura informativa, tem tempo para isso, cresceram com Silvio Santos e a Telesena…

Acredito que pelo público-alvo ser de grande abrangência, não há esse cuidado com segmentação na comunicação. Pra mim, isso é perda de money.